A VIDA SE TRATA DE PRESENTEAR
Todo mundo que conhecemos gosta de um mimo. Distribuir objetos como prova de nossa afeição é provavelmente uma característica universal humana, que transcenderam povos. O valor social do presente foi reconhecido ao longo da história, Índios Kwakiuti (de Vancover, na costa oeste do Canadá) engajaram-se no Potlach, uma cerimônia um tanto complexa que comemora o ato de presentear, onde o status de cada família em um clã era medido por quem mais presenteava, ganhando mais prestígio para a família.
Ao longo dos anos, a prática de dar presentes, tem sido um objeto de estudo a respeito do comportamento humano, que envolve profissionais e estudiosos em psicologia, antropologia, economistas e especialistas em marketing.
O antropólogo, Saul Vifki, da Universidade de Harward, diz “Se eu não deixo que você me dê um presente, não estou encorajando a pensar em mim e nas coisas que eu gosto. Estou impedindo você de encorajar-se em nossas atividades. O indivíduo presta um desserviço à pessoa ao não conceder a possibilidade de presentar.”
Além, de reconhecer quem é importante na sua vida, dar presente é uma arte. Nosso cérebro ativa uma série de sensações, que começa por nos permitir sorrir porque o outro sorri, ativando nosso neurônio espelho. Estabelece conexões. E quem ganha, sente imediatamente a necessidade de retribuir. Aí vem a teoria da reciprocidade.
A evolução da reciprocidade até pode explicar a capacidade humana em presentear, mas não explica os motivos pessoais de cada indivíduo ao comprar MIMOS.
Então engana-se quem diz, que “comprar presentes” está atrelado as propagandas e ao capitalismo. Elas até podem nos levar a caminhos do que comprar, mas não que devemos comprar, essa ação está definitivamente ligada ao nosso interior.
Por isso, lembre-se que existem verbos que precisam ser conjugados, sentimentos que precisam ser escancarados, e até aquele a quem se diz o mais indelicado dos seres, se desfaz ao receber uma atenção inesperada. Se desmancha e dá o ar da graça, oferece o riso. E aí, quem é que não gosta de um mimo?